terça-feira, 6 de setembro de 2016

Lição 11 - 3º Trimestre 2016 - Profecias da Consumação da História - Jovens.

Lição 11

Profecias da consumação da história (24.1-27.13)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRI
INTRODUÇÃOI – O JULGAMENTO E A SALVAÇÃO
II - CRISTO, O CENTRO DA HISTÓRIA
III – O FIM DA HISTÓRIA
CONCLUSÃO
Os capítulos 24 a 27 compõem uma parte do chamado apocalipse de Isaias. Tal como Daniel e Apocalipse, esta seção de Isaías não é fácil de ser compreendida por conta do gênero literário apocalíptico que a constitui. O gênero apocalíptico, conforme Brown, é “uma narrativa na qual uma visão reveladora é concedida a um ser humano, na maioria das vezes por meio da intervenção [...] sobrenatural ou acima da realidade humana”. Esta narrativa geralmente termina com o anúncio do julgamento divino ou com uma mensagem de esperança de um mundo melhor, no qual o mal não existe.
Os textos apocalípticos comumente são marcados por sofrimentos, perseguições, domínio de um povo sobre o outro, extrema decadência moral, um forte descaso religioso ou apostasia (abandono das ordenanças divinas que tem como consequência o sofrimento do povo). As vezes confunde-se o apocaliptismo ou apocalipcismo com a escatologia (tradicionalmente definida como estudo das últimas coisas) por serem tão próximos e de certa forma andarem entrelaçados, a razão desta confusão é de certa forma coerente, porque o que as difere é extremamente tênue, pode-se pensar que um (o apocalipse) está contido na outra (escatologia). Enquanto o gênero apocalíptico em meio aos sofrimentos do povo se propõe a revelar a promessa de livramento por meio da intervenção divina, a escatologia se propõem a mostrar uma nova era após esse livramento. Esta seção de profecias vão muito além dos dias subsequentes a Isaías. É sob esta hermenêutica dupla que este capítulo se desenvolverá.
I – O JULGAMENTO E A SALVAÇÃO
O povo que é conhecido como povo de Deus, estava vivendo em grande desobediência. Num período em que os seus reis eram dados à idolatria, estabeleciam alianças com outros povos sem o consentimento de Deus e não davam ouvidos a orientações que Deus lhes dava por meio dos seus servos, os profetas, como nos mostra o capítulo 7 de Isaías, também viviam um período de grande sincretismo por conta das alianças ou mistura com outros povos. Deus sendo plenamente justo e zeloso nas suas ordenanças dá a conhecer ao povo que por conta de todas essas práticas eles serão devastados e dispersados, serão levados a servir como escravos em outras terras, serão subjugados pelos assírios (reino do Norte) e pelos babilônios (reino do Sul).

O profeta Isaías ensina que a relação entre Deus e a humanidade não se estabelece pela via de favoritismos, não existem os privilegiados de Deus no que diz respeito ao juízo, para Ele apenas existem seres humanos que, de acordo com a tradição cristã, dividem-se entre criaturas (toda raça humana) e filhos (os que além de serem criaturas, receberam Cristo como senhor e salvador conforme João 1.12). (Is 24.2). Interessante notar que apesar do grande desinteresse pelas questões religiosas, num momento que as orientações divinas não eram tomadas como relevantes (como neste caso), Isaías escolheu ir por um caminho diferente, falar o que o povo não gostaria de ouvir, pois tal como nós, ninguém gostaria de receber um aviso de que há de ser destruído, porém Isaías em obediência a Deus age assim.
A desolação da terra, segundo o profeta, tornar-se-á dramática e completamente assustadora. O terror assolaria os moradores da terra e não haveria como escapar, pois quem tentar escapar do terror cairá na cova, quem tentar escapar da cova cairá no laço (Is 24.18). Até os fundamentos da terra tremem, fendas e rachaduras transformam a terra em pedaços. A lua e o sol também são sujeitos a destruição por causa da tamanha corrupção do povo, isto mais uma vez torna evidente que nada está isento da desolação.
II - CRISTO, O CENTRO DA HISTÓRIA
A Bíblia afirma que “nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam postestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1.16). Portanto, toda a história da humanidade tem Cristo como seu precursor (Jo 1.1; Ap 13.8b), seu executor (Mt 28.18; Cl 1.17) e o seu fim (Fp 3.21). A criação, a redenção da raça humana e o futuro estão nas mãos dele, assim Cristo é o centro da história humana e qualquer ser humano somente se realiza plenamente Nele, porque Ele é o centro da história da salvação como seu executor, proclamador e mediador, permitindo a reconciliação com Deus com sua morte na cruz. Mas ele também esteve presente no início da criação de todas as coisas, nos tempos eternos com o Pai.
O profeta Isaías, além de prever destruição, trás paradoxalmente, um olhar de esperança, prevendo que o povo encontraria novo sentido de vida e renasceriam, e aqueles que não tinham ânimo nenhum encontrariam possibilidades de experimentar o outro lado da face de Deus, sua face bondosa e misericordiosa.
III – O FIM DA HISTÓRIA
O Fim da História, em termos seculares, foi uma ideia iniciada por Friedrich Hegel (1770-1831) que ensinava que quando a humanidade alcançasse um ponto de equilíbrio, com a ascensão do liberalismo e da igualdade, a história chegaria ao fim. Esta ideia foi retomada em tempos modernos por Francis Fukuyama defendendo que com o avanço do capitalismo e o fim de regimes fascistas e do comunismo, anunciava-se o Fim da História. A evolução econômica, a democracia e a igualdade de oportunidades levariam todos a atingirem seus objetivos de vida e a sociedade supriria todas as necessidades humanas. Portanto, não seria o fim cronológico da história, mas o fim de governos e regimes que não conseguem suprir as necessidades humanas ou em desacordo com os valores ocidentais. Claro está que a humanidade está longe deste ideal, porque este, somente será atingível, no governo ou no Reino de Cristo.
É interessante notar o paralelismo que há entre Is 25.8 e Ap 21.4. Após um período de grande sofrimento, de dor profunda e de grande desespero, Jerusalém simbolizada pelo monte “monte Sião” em Isaías, entra em cena. Em Jerusalém será feito um grande banquete com uma grande quantidade de comida e vinhos magníficos, de acordo com Isaías, porém a similaridade torna-se mais evidente quando o profeta anuncia que Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos e aniquilará a morte do meio do seu povo. A derrota final da morte simboliza salvação definitiva do povo de Deus. Este paralelismo entre os dois textos corrobora a ideia de que esta seção faz parte dos textos que constituem o apocalipse de Isaías.
Isaías em sua profecia tem em mente o cativeiro babilônico, pelo qual Judá haveria de ser subjugada. Num primeiro momento Isaías é usado por Deus sob uma perspectiva pastoral no sentido de oferecer consolo ao povo, nos capítulos anteriores o trabalho do profeta está mais voltado para anunciar o juízo divino ou a destruição do povo. Agora em meio às dores do cativeiro o profeta preocupa-se em restaurar a confiança do povo na proteção e consolo divino. Na consumação da história aquilo que é temporal terá o seu fim, será sugado pela eternidade como desnecessário, inclusive a Lei e a moralidade não precisarão mais existir (Jo 5.24). Se viverá o amor perfeito que é o cumprimento da Lei, pois o amor cumpre a Lei antes que ela o exija, apontando para o caráter temporal e necessário da Lei enquanto estivermos na terra.
No Apocalipse de João está escrito que na Jerusalém celestial não haverá templo, porque Deus habita nela; isto aponta para o fim da religião, pois esta nada mais é que a tentativa de se chegar (religare) a Deus, sendo totalmente desnecessária no estado perfeito da Vida Eterna em que Deus é tudo em todos. O exílio ou cativeiro não está distante de nós, ele pode ser traduzido em coisas simples que nos aprisionam e nos impedem de viver uma vida onde a dignidade humana é respeitada, uma vida onde há relações saudáveis com Deus, com o próximo e com a natureza, pois este é o plano de Deus para o mundo. Assim, é necessário que aconteça a consumação da história e o Reino de Deus se estabeleça definitivamente. Ele será de uma beleza, majestade e glória indescritível (Ap 21.9-15). Mas a melhor coisa não é a magnífica cidade, mas quem estará lá: nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ansiemos por este tempo.
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 

Lição 11 - 3º Trimestre 2016 - A Evangelização das Pessoas com Deficiência - Adultos.

Lição 11

A Evangelização das Pessoas com Deficiência
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-LBP-3-Tri-2016 Page 1
INTRODUÇÃOI – A SUFICIÊNCIA DE CRISTO PARA COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
II – O SOM DO EVANGELHO AOS SURDOS
III – A VISÃO DE CRISTO AOS CEGOS
IV – OS PARALÍTICOS VÃO AO ENCONTRO DE CRISTO
CONCLUSÃO
Pessoas portadoras de deficiência é uma realidade na igreja local. Além de ser realidade de uma igreja local, é também um desafio quando esse grupo é o público alvo da nossa evangelização. O portador de deficiência tem uma vida difícil num país onde não há adaptações de acordo com a realidade da deficiência portada. Não é uma questão de incapacidade, pois se houvesse uma adaptação à realidade desse público a maioria dos portadores de deficiência poderia ter uma vida praticamente normal e independente.
Quando falamos em evangelização desse grupo de pessoas, precisamos levar em conta as implicações do que isto quer dizer. Igrejas que adaptem o ambiente físico para a realidade do portador de deficiência. Ora, o desafio começa com o portador chegando à igreja. Se for cadeirante, há espaços adaptados para ele se locomover? Sobre os surdos, há pessoas capazes de se comunicar por intermédio da linguagem de sinais? Em relação a pessoas portadoras de cegueira, há alguma iniciativa de leitura em braile ou outras propostas que visem atender esse público?
Não há como falar de evangelização desses grupos sem levar em conta o enorme desafio de nos aproximarmos e compreendermos as suas necessidades. Para evangelizarmos determinados grupos de pessoas, temos de levar a sério a palavra do escritor Tiago: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tg 2.14-17). A ideia aqui do escritor bíblico é mostrar o compromisso do discípulo de Jesus com a necessidade do outro. De modo que a nossa prática de evangelização não pode apenas se referir à atividade verbal, a oratória, mas à iniciativa de se encontrar com a pessoa humana necessitada de Deus e portadoras de maiores e desafiadoras necessidades especiais.
Os desafios são inúmeros, as dificuldades são complexas, pois a realidade não é nada romântica. Quem convive ou trabalha ao lado de pessoas autistas, portadoras de down e tantas outras sabe que cada dia é um desafio a ser cumprindo, um “leão derrubado”. Contemplar a independência dessas pessoas é maravilhosamente recompensador!
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 

Lição 10 - 3º Trimestre 2016 - O Messias Davídico e seu Reino - Jovens.

Lição 10

O MESSIAS DAVÍDICO E SEU REINO (11.1—12.6)
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-JOVENS-PROFESSOR-3TRIINTRODUÇÃOI - O MESSIAS E SEU REINO
II – A FUTURA RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
III - OS CRENTES E O REINO
CONCLUSÃO
As profecias de Isaías sobre o Messias e seu Reino estão em harmonia com várias profecias bíblicas. Dentre elas Gn 3.15, que demonstra que quando os seres humanos perderam o domínio sobre a criação e caíram em desgraça, Deus lhes prometeu um salvador, aquele que esmagaria a cabeça da serpente e a paz que havia no paraíso seria restaurada; Moisés, o grande líder de Israel, foi um profeta que apontou para o Messias (Dt 18.15-19); Davi, como grande rei, é o precursor da dinastia eterna (Sl 132.12) de Cristo e seu reino serve de referencial humano, embora falho, para o reino messiânico (2 Sm 7.16); o profeta Ezequiel falou deste rei (Ez 21.27; 34.23); bem como vários salmos se referem ao Rei e seu Reino (Sl 2; 11.4; 21.1-13; 45; 63.1-11; 72; 89.18-37; 101; 132.11-12). Portanto, a promessa messiânica perpassa todo o Antigo Testamento, com predições exatas quanto à sua glória, majestade, justiça e abrangência.
I - O MESSIAS E SEU REINO
A profecia de Isaías com relação ao Reino messiânico e Cristo como seu Rei são confirmadas várias vezes no Novo Testamento (Mt 1.18; 16.16,20; 26.63; 27.22; Mc 8.29; 14.61; Lc 2.11, 26; 9.20; 22.67; Jo 4.29; 7.26; 9.22; 10.24; At 2.36; 3.20; 4.26; 5.42; 9.22; 17.3; 18.28; 26.23). Assim, o Messias é Jesus de Nazaré que foi ungido no dia de seu batismo (Mt 3.16; Jo 1.32) e morto, mas Deus ressuscitou o inocente dentre os mortos “fazendo-o assentar à sua mão direita, nas regiões celestiais.” (Ef 1.20). Desta forma, seu reino de estabelece entre os salvos, pois “ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” (Ef 2.6).
Os atributos do Messias são descritos pelo profeta, tendo Ele todas as qualidades que um rei perfeito poderia possuir, quais sejam: o dom da sabedoria, que é a capacidade de julgar todas as coisas e tomar as decisões mais acertadas, penetrando no âmago da compreensão de todas as coisas e sabe a maneira correta de reagir. O dom do entendimento, que é a capacidade de captar e discernir intelectualmente as circunstâncias, relacionamentos e realidades divinas e humanas e que abre também a mente à compreensão das escrituras. O dom do conhecimento, que é a capacidade de argumentar e dar razões e organizar provas científicas; está relacionado a sabedoria e ao entendimento, mas também se refere ao conhecimento do Senhor, ou seja, experimentar quem Ele é e saber sua vontade e seus caminhos, tendo origem na comunhão de amor e confiança para com Ele. O dom do conselho, que é a capacidade de discernir e consultar a si mesmo e aos outros para saber a perfeita vontade de Deus. O dom de fortaleza é dado para não se desfalecer no combate da fé, vivendo bem o cotidiano apesar das dificuldades e obstáculos. O dom do temor de Deus que é a docilidade que move a reverenciar e submeter-se a Deus, e é o alicerce e o princípio da sabedoria conforme Provérbios 1.7.
Ele lutará em favor daqueles que não puderam se defender, daqueles aos quais nunca foi dado oportunidades na vida, os que foram desprezados por não se encaixarem nos padrões de força, beleza e produtividade de uma sociedade consumista, alienada e gananciosa. A justiça será a marca registrada deste Reino, por isso será glorioso. Somente Ele é capaz de proteger os fracos contra a violência dos poderosos.
II – A FUTURA RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
A restauração indica que o Reino de Deus sobrepujará qualquer reino da história, nem podendo ser comparável a qualquer outro, onde todas as áreas de atuação humana serão potencializadas para o bem, tanto a política, social, cultural, econômica e religiosa. A terra será inteiramente renovada como era originalmente e haverá abundância de colheitas para que todos tenham satisfeitas suas necessidades básicas. Além disso, haverá um conhecimento de Deus em todas as pessoas, ou seja, toda ignorância, adoração a ídolos, corrupção política, líderes religiosos espoliadores, tudo isso será coisa do passado.
A Bíblia afirma que neste Reino tudo será novo (Is 65.17; 66.22; Ap 21.1,5), não haverá morte, nem choro, nem clamor (Is 65.19; Ap 21.4), será um lugar de alegria e renovo (Is 65.18-19,24; Ap 21.2-3), haverá prosperidade, paz e felicidade (Is 65.21-25; Ap 22.5), um lugar que acolhe todos (Is 66.18-20; Ap 21.3-4) e ninguém será excluído do culto (Is 56.7; 66.21-23; Ap 21.6,22-23). Mas a característica principal do Reino é que o Senhor habitará nele (Is 65.24; Ap 22.5).Embora houve um retorno do povo de Israel do cativeiro babilônico e recentemente o reagrupamento de Israel na Palestina, o agrupamento que acontecerá durante este Reino de Cristo é incomparável (Is 11.11). Nos atuais regressos do povo de Israel se instalaram conflitos, pois alguns povos foram expulsos para que este pudesse tomar a terra, mas sob o reinado do Messias haverá lugar para todo mundo. A volta do povo da promessa não será motivo de guerras e violência, mas todos viverão em paz. A promessa é de que o Messias será o atrativo para todos os povos e este promoverá um reagrupamento justo e reinará glorioso em todo universo. (Is 11.10).
III - OS CRENTES E O REINO
A Igreja é uma das expressões do Reino na qual estão as esperanças humanas de participação no futuro reino celestial (Cl 1.13). O espírito do Anticristo (1 Jo 2.18) quer impedir que este Reino flua no coração das pessoas e no mundo, portanto, a Igreja tem a tarefa de, com Cristo, o seu Rei, lutar contra as potestades do mal que querem impedir a instalação do Reino, tanto agora, quanto no futuro perfeito. Para isto ela combate o pecado, individuais e coletivos, em suas mais variadas formas, que afeta a relação do homem com Deus, com o próximo e com a criação.
A atuação do Espírito Santo na correta interpretação da Palavra de Deus, levará todas as instâncias que a adotarem para a comunidade do Reino, inclusive a Igreja, que por isso, se constitui como anunciadora e proclamadora da Palavra no mundo. É no mundo onde acontece a vida, a concretude das histórias pessoais e universais, é onde acontece a realidade histórica, cultural, social, política e ecológica, onde está inserida a Igreja, portanto ela faz parte do mundo, mesmo não sendo do mundo. Não sendo do mundo não pode se mancomunar com política, economia, religiosidade e sociedade corrompidas e injustas, mas estar inserida nela como voz profética. O cristão não se envolve com a política, a economia e a sociedade com interesses egoístas, desejos ilícitos ou para promover si próprio, antes se envolve para promover os valores e a antecipação do Reino de Deus na terra.
De posse e prática da Palavra de Deus, a igreja tem autoridade para implantar antecipadamente o Reino, ainda que de forma precária diante de perfeição do Reino por vir. A Igreja vislumbra já e agora o Reino futuro, entretanto, o Reino vai muito além dos limites da Igreja e sua plenitude está profetizada para o futuro. Assim, o Reino de Deus se resume em esperança futura gloriosa, mas também em ações concretas aqui e agora, caso contrário as realidades do Reino foram mal compreendidas. Desta forma, a Igreja é cooperadora com Deus para antecipar o Reino no mundo, mas aguarda, de forma não alienada do mundo, quando Deus mesmo instalará seu Reino para todo o sempre. A presença do Reino se mostra modesta, sem alarde, pois ainda não é completa, nem todos foram curados, libertos, perdoados e socialmente compensados. Jesus compara a limitação deste Reino entre os homens ao grão de mostarda (Mt 13.31-32), muito pequeno no início, mas que depois assume proporções gigantescas.
A implantação deste Reino tras consigo os seguintes embates: a) luta contra o reino de satanás, manifesto através da autoridade de Jesus sobre os demônios e a libertação dos mesmos, abolindo a invocação a outros deuses; b) libertação de carências e sofrimentos, demonstrada através das curas e das bem-aventuranças; c) libertação da culpa e do pecado. Jesus perdoou todos os pecadores, atraindo-os para si e restaurando-os; d) libertação de estruturas religiosas opressoras e alienadoras. Jesus mesmo promoveu reinterpretações da lei, embora ele não foi um novo legislador, mas a própria essência da nova lei do amor, para que promovesse a vida. “Vocês ouviram o que foi dito... mas eu lhes digo...” (Mt 5.22,28,32,34,39,44. Lc 16.16; Gl 3.24-25).
No Evangelho de João o Reino equivale à salvação e à vida eterna (Jo 3.3-5) que um homem não pode possuir sem o novo nascimento. No evangelho de Mateus as virtudes do Reino são demonstradas no Sermão do Monte (Mt 5-7) através da nova ética de princípios eternos do Reino de Deus. Portanto, em essência o Reino de Deus é a conversão do coração ao amor, à confiança, à certeza da provisão de Deus, à misericórdia, à justiça, à paz, ao perdão, ao descanso, à certeza do amor de Deus, enquanto Ele vai pacificando o coração, expandindo a consciência da vida Dele em nós, promovendo a tomada de decisão interior de descansar Nele. Mas estes privilégios do Reino trazem consigo responsabilidades, pois os participantes do Reino são um grupo em missão de Deus, são luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13). Tem como função salvar almas, mas também de denunciar as injustiças que tentam ameaçar o Reino, devem promover a justiça e a vida com todas as suas nuances, variedades e possibilidades.
O Reino de Deus é este lugar onde não apenas encontramos, mas desfrutamos constantemente de paz e alegria independentemente do que estamos passando ou vivendo, pois é uma paz que não depende das circunstâncias, mas da comunhão entre o homem e Deus. (1 Co 4.20; Rm 14.17). O Espírito Santo é que promove no mundo os efeitos do reino através de sua atuação naquelas pessoas e instituições que aceitam o Reino. O Espírito opera: a) através da fé que vê além do efêmero e aponta para a transcendência da realidade do reino contra as potestades (humanas e diabólicas) do mal no “já agora”; b) esta fé é libertadora de leis e pretensões humanas injustas e opressoras; c) Ele promove a liberdade; d) e o amor, no qual toda realidade da Lei e do Evangelho se concentram, simbolizando que algo novo surge no meio onde imperava o ódio e o desespero.
Não há verdadeira manifestação do Reino de Deus se este não for acompanhado do amor de Deus derramado nos corações (Rm 5.5). Todos os que estão em Cristo (Rm 8.1; Ef 2.13; 3.6) manifestam esta nova vida cujo parâmetro principal é o amor, portanto, Cristo é a nova lei do amor e todos que se unem a ele vivem a realidade desta lei através da atuação do Espírito Santo.
Que nossa oração seja a de Mt 6.10.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.

Lição 10 - 3º Trimestre 2016 - O Poder da Evangelização na Família - Adultos.

Lição 10

O Poder da Evangelização na Família
3° Trimestre de 2016
1-CAPA-LBP-3-Tri-2016 Page 1
INTRODUÇÃOI – EVANGELIZANDO OS FILHOS
II – EVANGELIZANDO O CÔNJUGE
III – EVANGELIZANDO OS PARENTES
CONCLUSÃO
O primeiro grande desafio da evangelização, geralmente, se dá em nossa família. Ali, nossos pais, filhos, cônjuges ou outros parentes presenciarão o impacto da transformação que o Evangelho trouxe às nossas vidas. É no âmbito da família que surge a primeira experiência de proclamar a Jesus mediante tudo o que Ele é e representa para nós. Em primeiro lugar, essa experiência de anúncio reflete a experiência de salvação em Cristo por intermédio do nosso comportamento. Ninguém melhor que a nossa própria família para constatar a transformação presente em nossa vida. Esse processo é que nos dá o álibi de explicar o que aconteceu para que as pessoas ficassem tão impressionadas com uma nova pessoa que se mostra diante delas. Muitas se acham surpreendidas por isso.
Quando se tem a oportunidade e abertura para isso, um instrumento valioso para se evangelizar a família é o Culto Doméstico. Ali, cantamos ao Senhor, testemunhamos da sua graça, meditamos em sua Palavra e podemos perceber o caráter de Deus sendo forjado em nossa mente e coração. O encontro com a Palavra no seio da família pode ser um momento singular de evangelização familiar. Além da dinâmica do culto, mencionado por nós, os símbolos de nossa fé também chamam atenção de nossa parentela: o nosso hinário, a Bíblia Sagrada, os livros cristãos, os CDs de músicas que tocam a alma. Enfim, cada gesto, cada símbolo e cada momento presente no culto doméstico são uma belíssima oportunidade e privilégio de anunciarmos Jesus, nosso Rei, Senhor e Cristo.
Para além de evangelizar a nossa família, por intermédio do anúncio verbal da Palavra de Deus, outro instrumento bem relevante é o nosso testemunho no lar. Não há maneira mais eficaz de evangelizar a nossa família que por intermédio da nossa vida no lar. Do mesmo modo, uma palavra falada sem a confirmação do comportamento perde toda a sua relevância. Não se pode evangelizar em família sem o compromisso de demonstrar na prática de vida uma conversão sincera. Hoje, não podemos nos dar ao luxo de falar ou pregar sem o compromisso com a nossa vida. A sociedade não respeita, nem muito menos aceita, um discurso dúbio, apenas para ganhar status e angariar novos adeptos. Em nossa família não há lugar para isso! O nosso compromisso é com a Palavra de Deus, anunciando o ano aceitável do nosso Senhor para sempre. Portanto, sejamos sal da nossa família! Sejamos luz em nossa casa!
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016.