terça-feira, 5 de março de 2013


Conteúdo adicional para as aulas de Lições Bíblicas




Subsídios para as lições do 1º Trimestre de 2013
Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja

  • Lição 10- Há um milagre em sua casa



    INTRODUÇÃO

    I – A MOTIVAÇÃO DO MILAGRE                                            
    II – A DINÂMICA DO MILAGRE
    III – OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE
    IV – O OBJEIVO DO MILAGRE

    CONCLUSÃO

    MILAGRES: O PRESSUPOSTO SOBRENATURAL

    INTRODUÇÃO AOS MILAGRES

    A teologia evangélica está edificada sobre o sobrenatural. O nascimento virginal de Cristo, o seu ministério cheio de milagres, a sua ressurreição física dos mortos e a sua ascensão corpórea ao céu são apenas alguns numerosos milagres essenciais para o Cristianismo bíblico. O sobrenatural é um pressuposto tão importante para a teologia ortodoxa que, sem ele, o Cristianismo histórico ruiria. Para citar o apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus [...] E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1 Co 15.14-18).

    Antes que um milagre possa ser identificado, sem entrarmos no mérito da verificação da veracidade deste milagre – o que, obviamente, deve ser feito –, ele precisa ser definido; não existe modo de descobrir um milagre a menos que saibamos o que procuramos. Os teólogos têm definido os milagres de duas maneiras diferentes. 

    DUAS DEFINIÇÕES DE MILAGRE

    Historicamente, os milagres têm sido definidos em sentido rígido ou moderado. Seguindo a linha de Agostinho (354-430), alguns descrevem o milagre como sendo “um prodígio [que] não é contrário à natureza, mas contrário ao nosso conhecimento da natureza” (CG, 21.8). 

    O problema com esta visão moderada dos milagres é que o evento pode não ser, de forma alguma, sobrenatural; ele pode simplesmente se tratar de um evento natural para o qual o observador, até aquele instante, desconhece qualquer tipo de explicação natural. Isto significa que todas as anomalias naturais, incluindo-se aqui os meteoros, os terremotos, os vulcões e os eclipses, foram, em alguma época, considerados milagres pelas pessoas – e continuam a ser para algumas. Seguramente, este tipo de milagres não apresenta qualquer valor apologético, do tipo que se atribui aos milagres bíblicos (Mt 12.39,40; Mc 2.10,11; Jo 3.2; At 2.22; Hb 2.3,4; 2 Co 12.12).

    Outros, seguindo a linha de Tomás de Aquino, definem o milagre no sentido rígido, como sendo um evento que vai além dos poderes da natureza e que somente poderia ser produzido por uma força sobrenatural (Deus) (SGG, Livro 3). Como vimos, os milagres só podem ser identificados com atos de Deus se utilizarmos esta definição rígida, já que no sentido moderado não há como distinguí-los dos acontecimentos incomuns da natureza.  Além disso, os milagres somente apresentam valor apologético quando os vemos no sentido rígido, já que, nesta definição, eles ocorrem por intervenção sobrenatural direta. Neste sentido, o milagre é uma intervenção divina no mundo natural. Como disse o ateísta Antony Flew: “Um milagre é algo que jamais teria acontecido se a natureza, por si só, fosse deixada para operar pelos seus próprios mecanismos” (Flew, “M”, in: Edwards, ed., EP, 346). A lei natural descreve as regularidades causadas de forma natural; um milagre se trata de uma singularidade causada de forma sobrenatural. 

    A DISTINÇÃO ENTRE MILAGRE E A LEI NATURAL

    A fim de explicar o que se quer dizer com um ato sobrenatural, precisamos de uma compreensão inicial do que significa a lei natural. A lei natural é entendida como forma normal, ordenada e geral através da qual o mundo opera. Em contraste, um milagre – na sua definição mais básica – é uma forma incomum, irregular e específica através da qual Deus age nos limites deste nosso mundo. 

    Os milagres são sobrenaturais, mas não antinaturais. Como declarou o famoso físico Sir George Stokes: “Pode ser que o evento o qual chamamos de milagre tenha ocorrido não pela suspensão das leis de operação normal, mas pela superadição de algo que, normalmente, não entra em operação” (ISBE, 2063). Em outras palavras, quando um milagre ocorre, não se trata de uma violação ou contradição das leis naturais de causa e efeito, mas sim um novo efeito produzido pela introdução de uma causa sobrenatural.

    Texto extraído da obra “Teologia Sistemática: Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, a Criação”, editada pela CPAD.

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